[FILME] O Quarto de Jack

Título: O Quarto de Jack (Room)
Direção: Lenny Abrahamson
Duração: 117 minutos
Lançamento: 2015
Gênero: drama
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Sinopse:
Jack (Jacob Tremblay), um espirituoso menino de 5 anos, é cuidado por sua amada e devota Ma (Brie Larson). Como toda boa mãe, Ma se dedica em manter Jack feliz e seguro, cuidando dele com bondade e amor, e fazendo coisas típicas como brincar e contar histórias. Sua vida, entretanto, é tudo menos normal – eles estão presos – confinados em um espaço de 10 m² sem janelas, o qual Ma chamou eufemisticamente de “O Quarto de Jack”. Ma criou todo um universo para Jack dentro de O Quarto de Jack, e ela não parará por nada para garantir que, mesmo neste ambiente traiçoeiro, Jack seja capaz de viver uma vida completa e satisfatória. Mas, enquanto a curiosidade de Jack sobre a situação em que vivem cresce, e a resiliência de Ma alcança um ponto de ruptura, eles ensaiam um arriscado plano de escape, o que os leva a ficar face-a-face com o que pode ter se tornado a coisa mais assustadora: o mundo real.

O filme conta a história de Jack e sua Ma, que moram em um quarto sem janelas, com apenas uma claraboia permitindo a passagem de luz e uma porta que fica sempre trancada, salvo quando o carcereiro, Velho Nick, entra pra abusar de Ma.

Tenho uma mania estranha de assistir filmes que estão sendo falado no momento sem saber do que se tratam, com esse não foi diferente. Sem saber muita coisa, apenas que seria um filme contado do ponto de vista de uma criança, eu não esperava muita coisa dele, muito menos que seria um filme tão intenso.

O Quarto de Jack é um filme cheio de sutilezas. Jack é inocente, não conhece o mundo, já que nunca saiu do quarto e tudo que conhece é através da televisão e o que sua Ma conta, e ela prefere manter sua inocência intacta. Pra ele o quarto é aconchegante e acha que tem tudo que precisa, até que sua Ma resolve tirá-lo da bolha que o protege da verdade, e juntos traçam um plano pra fugir de seu carcereiro.

Por ser contado pelo ponto de vista de Jack, tudo é tratado com calma e simplicidade, mas isso, de forma alguma, o torna menos emotivo. A forma como ele descobre que aquele mundo que ele conhece não se resume somente ao quarto, que há uma imensidão de coisas para ele explorar e conhecer me emocionou. Eu chorei, literalmente, do início ao fim.

Mas o filme não se resume somente a isso. Após a libertação de Jack e Ma, vamos descobrir como eles se adaptarão a esse novo mundo, o que é particularmente difícil para Ma, e esse momento é representado com excelência por Brie Larson, o que rendeu a ela o Oscar de Melhor Atriz. O ator que fez Jack, Jacob Tremblay, também fez um ótimo trabalho.

Ma, ele vai nos encontrar?

Os diálogos, fotografia e atuações estavam impecáveis. É impossível não se emocionar ao ver os personagens enfrentarem situações tão difíceis, porém tão reais, e nos pega imaginando o que faríamos se estivéssemos no lugar de Ma e Jack.

Eu não li o livro que inspirou o filme, não posso dizer se a adaptação foi fiel ou não, mas posso dizer com convicção que ele cumpriu o papel a que veio: nos emocionar. Não vi nenhum outro filme indicado ao Oscar, mas ele merecia vencer simplesmente pelo fato de que nenhum filme me emocionou tanto quanto este em um bom tempo.